Tendo como cenário o patrimônio histórico, passeios turísticos, praias e outras belezas naturais, crianças de diferentes idades conheceram mais sobre sua cidade. O objetivo era produzir um guia para turistas. Nesta matéria, você vai acompanhar a trajetória: o surgimento do texto oral nos berçários, o nascimento de uma escrita oralizada aos 3 anos e a busca da linguagem que se escreve dos 4 anos em diante até chegar a uma escrita alfabética, aos 6 anos.
Sabemos hoje que aprender a ler e a escrever faz parte de um longo processo ligado à participação em práticas sociais de leitura e de escrita, desde muito cedo. Por isso, fizemos uma opção clara aqui na creche e na escola da Gota de Leite. Trabalhamos um semestre inteiro com a linguagem oral e escrita.
Nosso objetivo didático era ampliar os contextos de comunicação e de letramento. Aprendemos muito com isso. Vimos, por exemplo, que no berçário menor, onde as crianças estão aprendendo a falar e conversar, a professora tem o papel de mediar o processo de aquisição de linguagem garantindo condições para boas situações de comunicação, diversificando assuntos e interlocutores.
Nessa faixa etária, nosso enfoque esteve na oralidade. Já nas turmas do berçário maior e do maternal, com crianças entre 1 e 3 anos, encontramos a possibilidade de uma primeira produção de texto, ainda que bastante oralizada: com apoio nas imagens, as crianças fizeram relatos e legendas de fotos que elas ditaram à professora – a escriba da turma. Essa prática foi se intensificando com crianças de outras idades, que passaram a produzir textos antes mesmo de saberem grafá-los de maneira convencional, atingindo níveis cada vez mais complexos e elaborados. Para ilustrar, selecionamos trechos dos portfólios de todas as professoras, do berçário ao maternal.
Passeios à praia e comunicação nos berçários
Marinalva, Priscila e Severina, professoras do berçário menor (1 a 2 anos) contam como se organizaram para estabelecer muitos momentos de comunicação entre as crianças: “Pedimos fotos, brinquedos e roupas de praia para os pais. Sentávamos em círculo com as crianças e conversávamos. Oferecíamos as fotos, apontávamos os objetos e denominávamos as cenas, questionando se já tinham ido à praia etc.”
Nos primeiros dias em que apresentamos as fotos, elas apenas olhavam os recortes e permaneciam quietas. Parecia que não se interessavam muito. Insistimos conversando, mostrando a praia, os brinquedos de praia, o mar, as crianças brincando …e elas apenas nos olhavam e logo se dispersavam da roda.
Achávamos que não estava sendo muito produtivo, talvez porque esperávamos ansiosas demais por respostas imediatas. Então refletimos e percebemos que, à sua maneira, as crianças estavam entrando em contato com uma realidade completamente nova e conhecendo novas palavras.
Na semana seguinte, obtivemos mais respostas. Allan deu vários gritos e saltos de alegria.Tocava nas outras crianças e apontava para as fotos. Pâmela e Eduardo apontavam e falavam:“Ó!” Jéssica deitava e rolava em cima das imagens. Então percebemos que elas estavam começando a se familiarizar com as fotos e o tipo de conversa, se entusiasmavam, gritavam e apontavam. Começamos a ficar mais atentas ao tipo de resposta que podiam dar, como, por exemplo, o toque, os gritos, a forma como buscavam nossa atenção cada vez que percebiam algo diferente nas fotos. Logo não precisávamos mais estimulá-las. Apenas colocávamos as fotos no chão e elas próprias pegavam o que queriam e vinham nos mostrar algum detalhe. Balbuciavam coisas que muitas vezes não compreendíamos, mas que sabíamos que estavam contando alguma coisa para nós; Jéssica chegou a falar “aeia” e Pâmela, apontando o mar, falou “gua”.
Da nomeação às listas: primeiras produções de texto
As professoras do berçário maior, Luana, Neuza e Valdete, descobriram uma possibilidade de abordar um texto escrito com crianças bem pequenas. Elas tinham a intenção de que elas se familiarizassem com a escrita por meio da atuação do adulto. “Com essa faixa etária não foi possível produzir textos coletivos e sim pequenas listas. Fizemos da seguinte forma: organizamos uma roda de conversa e contamos que faríamos uma lista de coisas que levaríamos ao nosso passeio, para não nos esquecermos de nada.
Uma educadora colocou uma folha no centro da roda e escreveu o que as crianças falavam. Achamos isso importante, porque as crianças pequenas imitam as pessoas, como, por exemplo, as educadoras, ao escrever um texto”.
Produções de textos com apoio em imagens
Na faixa etária seguinte, com a turma de 3 a 4 anos, observou-se um salto com relação às listas produzidas anteriormente. O grupo de crianças produzindo um texto simples, bastante oralizado, mas com destino escrito claro. As professoras Rosana e Adriana nos contam como chegaram a essa produção, propondo a construção de um álbum de fotos do passeio:
“A produção do álbum foi excelente: a formação da roda para observarmos as fotos superou minhas expectativas. As crianças viam e passavam as fotos para o colega ao lado até que todos tivessem visto. Entusiasmadas, foram ditando as legendas. A formação dos primeiros textos nos surpreendeu, pois antes o grupo que só listava passou a descrever os acontecimentos registrados pelas fotos.
Programamos escrever tudo em um só dia, mas não foi possível pois as crianças passaram a comentar muito sobre cada foto, resultando em textos mais complexos. Preferimos demorar mais dias para que elas não ficassem cansadas, o que provavelmente iria dispersar o grupo. Percebemos que as imagens são um grande suporte para a escrita do texto.”
O que as crianças precisam saber antes de ditar um texto
Santos tem muito mais do que praias. Além do patrimônio histórico, há também museus, locais para passeios e um movimentado porto por onde passam navios de todo o mundo. Por isso as crianças foram a esses lugares para depois escrever dicas e sugestões de passeio para o Guia Turístico de Santos.
A turma de 4 e 5 anos visitou o Museu do Porto. Eliana, a professora do grupo, conta como organizou a produção desse texto com as crianças:
“Antes de ir ao Museu do Porto havíamos levantado uma lista do que as crianças achavam que iam encontrar lá. Quando voltaram do passeio, com mais informações, pedi que refizessem a lista. O Fernando falou das conchas que vimos e que não estavam naquela primeira lista. O Matheus logo lembrou da arma e de uns vidrinhos da coleção de areia da praia. Fomos modificando o primeiro texto, relembrando cada momento do nosso passeio. Li a história do Museu de Pesca.”
– Nossa! Como a baleia é grande, não é? – perguntei. Como será que ela foi parar lá?
Gabriel disse que alguém a trouxe do mar e a colocou lá. Fernando achava que alguém havia levado apenas os ossos para montar lá. A Rafaela logo se lembrou do Pinóquio e do Gepeto, que é devorado pela baleia. E a conversa continuou por algum tempo.
Depois, sentamos em círculo e, com uma cartolina dobrada no formato de um folder, iniciei a escrita. Perguntei se sabiam para que servia um folder. Fernando e Leonardo disseram que lá havia coisas que podíamos visitar. Depois falei sobre o Porto de Santos, e as crianças, quase gritando, disseram que queriam contar o que as pessoas poderiam encontrar lá. Por isso precisávamos escrever de uma forma que todos pudessem compreender. Ninguém queria começar, até que Fernando falou que o Museu do Porto é perto de onde faz pão.
– Faz pão? E tem padaria lá perto? Mas se eu disser que fica perto do lugar que faz pão, você acha que as pessoas vão encontrar? – insisti perguntando Tem tanto lugar que faz pão na cidade!
Ele me olhou, não desistiu de sua idéia, mas achou melhor colocar também o endereço do porto.”
É preciso conhecer para escreverJanaína, professora da turma de 4 a 5 anos, nos conta como as crianças se mantiveram informadas durante o projeto:
“Para ditar um texto as crianças precisam saber muitas coisas sobre o conteúdo. Por isso, as professoras precisam informar as crianças, trazer o assunto para discutir com o grupo. Eu levava o jornal para a sala uma vez por semana, desmontava os cadernos e distribuía partes para que as crianças pudessem ler sozinhas, mesmo que não convencionalmente. Depois recortávamos notícias que nos interessavam e colávamos no painel da sala. Um dia, a Ana Beatriz achou uma foto de navio e falou:
– Olha o porto!
Era uma folha do caderno Porto e Mar, do jornal Tribuna de Santos.Vanessa e Paloma, duas crianças da turma, foram até o cartaz onde estava escrito um texto coletivo sobre o porto, olharam e voltaram ao jornal.
– Aqui, ó. Aqui que tá escrito PORTO – mostrando o quanto conseguem
ler sozinhas utilizando os recursos de um ambiente alfabetizador.
A função social dos textos e seus destinatários
Tendo resolvido a questão do conteúdo, as crianças passaram a se preocupar com a forma: como escrever o que sabiam. É preciso adquirir alguma experiência na produção de textos, conhecer modelos e pensar sobre eles, pois sabemos que a escrita não é uma habilidade genérica: não se escreve uma carta da mesma forma como se escreve um texto para turista, ou um conto para jovens leitores, ou um bilhete para os pais. Andréia, professora da turma de 5 a 6 anos, nos conta mais sobre isso:
“Nossa experiência com textos foi iniciada com os relatos dos passeios. Já havíamos escrito com as crianças bilhetes para a coordenação, a fim de pedir providências para nossos passeios, para as mães, informando-as sobre nossas saídas, e também cartas: uma para o avô da Rúbia, que mora no Rio Grande do Norte e não conhece Santos, e outras para crianças de outras salas relatando nossos passeios pela cidade.
Essa experiência facilitou a produção do texto dirigido a turistas, pois as crianças já tinham alguns procedimentos, como, por exemplo, sabiam ditar ao professor, com calma, para que ele tivesse tempo de escrever tudo. Então iniciamos uma conversa retomando nosso ponto de partida, mostrando novamente os guias e falando quais seriam os leitores desses textos. Sempre que eu falava em escrever, as crianças partiam do tema: Museu de Pesca, Pinacoteca etc. Mas nunca se dirigiam ao suposto leitor. Então eu dei novos exemplos, lendo trechos de guias turísticos que levei para a sala. Só assim Lucas conseguiu ditar:
– Se você vier a Santos, vá ao Museu de Pesca ver o esqueleto da baleia – disse uma outra criança.
– A gente foi ao museu … – respondeu a outra.
– Não! É para quem não conhece a cidade – e completa – Venha conhecer o Museu de Pesca.
Ao ditar o grupo passou a respeitar as regras de linguagem, como o uso dos gêneros feminino, masculino, singular e plural, e ainda ditaram no presente e no futuro, pois as pessoas virão a Santos.
Nossas rodas foram bastante significativas e participativas, com discussões entre as crianças; elas puderam opinar, modificar, acrescentar idéias e outros termos aos nossos textos. Foi um trabalho difícil, mas ao mesmo tempo foi muito estimulante perceber que as crianças sabiam que não podemos escrever do mesmo jeito textos que são diferentes, pois cada um tem um destinatário.
Também pude perceber que desde que comecei a escrever em papel craft
em roda, aumentou o interesse das crianças pela escrita e pela identificação das letras. Elas falaram:‘essa é do meu nome!’
‘essa é a letra A’,sempre me perguntando o que estava escrito aqui ou ali.
Ouvir, conhecer para depois escrever
Outro grupo de 5 a 6 anos procurou histórias de pescadores para ilustrar o guia; e descobriram, ao longo da pesquisa, que Santos não tem mais pescadores. Com a ampliação do porto os homens conseguiram trabalho como estivadores e abandonaram a pescaria, herança indígena. Hoje, para conhecer um pescador da praia, é preciso procurar muito, como fizeram as crianças. As professoras Simone e Indira nos contam como:
“Vários pais se envolveram e trouxeram algumas histórias. A que mais marcou foi a de Sebastião, trazida por João Gabriel. Sentamos todos em roda e fiz a leitura da mesma para as crianças. Conversamos e discutimos esse texto para compor nosso guia. O texto ditado pela turma era muito rico em mensagens, trazia a importância da amizade entre as pessoas. Enquanto escrevia, as crianças iam comparando as letras que apareciam com as dos próprios nomes. Uns até arriscavam a falar qual seria a próxima letra a ser escrita.
Temos o costume de escrever o texto como ele deve ser, ou seja, com parágrafos, letras maiúsculas, etc., por isso levantamos a dúvida de existir a letra maiúscula. Os alunos falaram assim:
– Olha, uma letra grande!
– Por que você fez uma letra grande?
Falamos que se chama maiúscula e é usada em nomes, início de texto e parágrafo. Colocamos como exemplo o nome dos personagens e os parágrafos que íamos escrevendo. Ao fim do texto escrito, cada criança assinou o seu nome na parte inferior da folha que continha a história. O que nos chamou a atenção é que uma criança da turma, Ísis, absorveu absolutamente o que aprendeu, pois sua assinatura começou com a letra I maiúscula. Os colegas comentaram sobre a letra maiúscula em seu nome.
Busca e produção de fontes de informação
Na época em que o projeto foi desenvolvido em nossa instituição, as crianças da turma de 6 anos ainda não eram todas alfabéticas. No entanto, sabiam muito a respeito da linguagem que se escreve. Isso pode ser notado no trabalho desenvolvido pela professora Daniela:
“Nosso grupo escolheu estudar o Aquário Municipal, o Museu de Pesca, o Museu do Mar, o NUPEC (Núcleo de Pesquisa e Estudo em Chondrichthyes, uma espécie marinha de Santos) e a própria praia. As crianças teriam a oportunidade de desenhar espécies marítimas, escrever os nomes de próprio punho e um texto coletivo, que seria baseado em nossas pesquisas. Para que estas fossem constantes e começassem a fazer parte do nosso dia-a-dia, montei com as crianças o CANTINHO DA PESQUISA, com tudo o que íamos juntando sobre o assunto, incluindo as pastas com materiais que elas trouxeram de casa. Com isso, puderam observar, explorar e também socializar suas opiniões e o que mais sabiam sobre o assunto. Em pouco tempo, o Cantinho passou a ser muito freqüentado por elas.
Com o interesse das crianças, começou a se concretizar a produção do
LIVRO DAS ESPÉCIES MARÍTIMAS, que seria montado com as fichas que
elas escreviam e desenhavam. A visita ao Aquário Municipal foi de grande valia para a organização do livro: lá as crianças puderam observar as espécies e confrontar, por meio das legendas, as informações previamente pesquisadas.
A pesquisa passou a fazer parte da nossa rotina. Numa roda, lia com elas no mínimo informações de duas fontes – um livro e uma revista ou uma página de internet e um folder, e assim por diante. Depois, elas ditavam um texto e eu escrevia o que falavam e lia para conferir. Ao término, cada criança recebia uma folha com um quadro para desenhar e copiar sua página.”
Revisão de texto: mais um desafio para as crianças
“No último texto, o informativo sobre o Museu de Pesca, aproveitamos para utilizar com as crianças dois novos procedimentos: a correção e digitação do texto. O título seria “Museu de Pesca”, e nele deveria conter o máximo de informações possíveis para quem não conhece, não sabe como chegar e nem mesmo onde fica o museu. Então, as crianças ditaram o texto que eu sabia que podia ser melhorado.
No dia seguinte sentamos novamente em roda, levei o texto escrito no dia anterior e uma nova folha para passar a limpo a versão final. Fui lendo com as crianças frase por frase e questionando sobre a melhor forma de escrever. Algumas frases foram retiradas, outras alteradas e algumas palavras acrescentadas pelas próprias crianças com a mediação da professora. Depois fomos para a sala de digitação onde elas me ditaram o texto. Por fim relemos juntas, imprimi e xerocamos um para cada criança.
A versão final ficou assim:
O Museu de Pesca fica em Santos, perto da ponta da praia. Lá é muito legal, tem ossos de baleias, tubarões, raias, peixeagulha, polvo no formol, tartarugas-marinhas, siri, pedras marcadas com peixes, lobo-marinho, tubarão-martelo, pinguim e outras espécies empalhadas. Lá tem muita coisa interessante, tem até uma lojinha. Se você quiser ir ao museu tem que pagar uma taxa e não pode mexer em nada. Lá dentro vai ter um navio, a partir do dia 9 de junho.
Avalio que os objetivos foram atingidos: as crianças souberam ditar o texto, sabiam para que serviria. O mais importante é que aprenderam que há uma forma mais clara de se escrever um texto. Além disso, elas puderam:
- conhecer o uso social da escrita;
- ler e buscar informações nos folders, guias, revistas, jornais e livros, apoiando-se nas imagens e marcas do texto;
- desenvolver algumas estratégias para ler nomes das espécies marítimas;
- conhecer algumas espécies;
- tirar informações de variadas fontes de pesquisa;
- ler e escrever um pequeno grupo de palavras estáveis.
As crianças reagiram sempre de forma participativa e motivada, umas mais eufóricas e entusiasmadas, outras, mais tímidas, iam devagarinho dando suas opiniões e idéias. Essa proposta foi extremamente importante para o avanço da classe. Este foi um projeto que envolveu toda a instituição e que contou com produções de crianças de diferentes idades, fruto de projetos didáticos desenvolvidos por suas professoras. Se você, leitor, quiser conhecer Santos, procure o guia no site www.avisala.org.br
E bom passeio!
(Cynthia, Carla Luizato – Coordenadoras do trabalho pedagógico de 0 a 3 e de 4 a 6, na creche e na escola da Gota de Leite)
(Equipe da Gota de Leite – grupo é composto por vinte e duas professoras)
Enciclopédia como recurso para escrita
A enciclopédia foi nossa grande aliada na sala, contam Deusa e Micheline, professoras do grupo de 3 a 4 anos. Apresentamos pela primeira vez na roda e, por não ter índice, mostramos página por página. Mostramos onde está escrito o nome da enciclopédia: CONHECER. O tamanho do livro impressionou as crianças, e quando abrimos na página dos tubarões, elas se surpreenderam mais ainda por ver que existem tantas espécies diferentes. Essa leitura
permitiu a elas comparar o tubarão que vimos no aquário e os outros, dos livros. Puderam perceber que não são todos iguais.
Multiplicação do Projeto
Inspirando-se na experiência do projeto da Gota de Leite, a professora Rosiris Duarte, da Escola do Boqueirão, em Santos, desenvolveu um interessante trabalho com a turma de primeira série, com crianças de 7 e 8 anos. “Depois de muita discussão sobre o que faria parte do guia, decidimos conhecer um pouco mais sobre os lugares selecionados.
A cada semana o projeto ficava mais interessante e podíamos observar o quanto o tema tinha sido bem escolhido para essa faixa etária. O prazer de novos desafios incentivou as crianças para a próxima etapa: visitar os lugares selecionados.
Dividimos a sala em pequenos grupos para anotar algumas curiosidades que eles tinham sobre o local. Conversei antecipadamente com os monitores dos museus e demais locais turísticos, explicando o projeto e o tipo de visitação.A escola foi sempre bem recebida. As pessoas ficavam encantadas com as perguntas das crianças e com o jeito crítico e observador.
A etapa seguinte foi montar os textos sobre os lugares visitados. Em trio, as crianças foram elaborando suas escritas e anotando tudo: muitas vezes nem dava tempo de escrever, devido ao volume de informações que elas queriam colocar. Conversamos sobre o que seria realmente importante informar sobre o lugar. Os textos melhoraram, e as crianças puderam perceber que é possível escrever o mesmo conteúdo de uma forma melhor.
Depois fizemos uma classificação sobre o lugar, decidindo se era bom, ótimo ou imperdível. Resolvemos também colocar um mapa da cidade, pois as crianças adoraram os mapas que conheceram nos guias. Elas decidiram dividir segundo os bairros de nossa cidade, o que facilitou a localização dos turistas. O projeto terminou com um belíssimo guia turístico e a certeza de que as crianças puderam conhecer mais sobre a cidade de Santos, sua história e beleza.”
Escola do Boqueirão: Rua Dom Lara, 82 CEP 11045 160 Boqueirão, Santos – São Paulo. Tel: (13) 222-7584
Bibliografia:
- Guias turísticos de várias cidades.
- Material distribuído pela Secretaria de Turismo de Santos (pôsteres, cartazes, mapas, folhetos etc.)
- Além da alfabetização. Ana Teberosky. Ed. Ática
- Aprender a escrever.Ana Teberosky. Ed. Ática.Tel.: (11) 3346-3000
Ficha técnica:
Projeto Conheça Santos com as crianças. Iniciativa: Instituto Credicard. Desenvolvimento Instituto Avisa-lá e Gota de Leite.
Equipe: Áureo Rodrigues Filho, Marlene Remião, Silvana Augusto, professoras e coordenadoras pedagógicas da Gota de Leite.