Confira a seleção dos 22 livros indicados pelas formadoras do Avisa Lá
1- Charlote (David Foenkinos)
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Este livro conta a história da artista judia Charlotte Salomon, que produziu uma intensa obra em sua breve juventude passada na Alemanha e França, até sua abrupta interrupção, em Auschwitz. Uma história vibrante e inspiradora que nos faz ponderar o valor da vida e a intensidade de cada instante vivido com amor. |
BERTRAND BRASIL, 2016 |
Indicado por Silvana Augusto |
2- Pretérito Imperfeito (Bernardo Kucinski)
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A adoção de um bebê por um casal que não consegue ter filhos é o fato fundador de Pretérito imperfeito, a história de uma paternidade que começa intensa e amorosa e termina em destroços. A adolescência do menino é marcada pelo envolvimento com diferentes tipos de drogas, uma busca frenética de um paraíso artificial. Entrelaçam-se três situações limite: a adoção, a dependência química e o racismo. O pai narrador se pergunta: “Teria sido possível em algum momento barrar o curso dessa história? Ou estava tudo escrito no livro do destino”? A abordagem é minuciosa e sutil, porém o estilo é seco e duro. O resultado é um texto pungente, que confirma o lugar de Kucinski como um dos escritores mais destacados da atualidade. |
COMPANHIA DAS LETRAS, 2017 |
Indicado por Renata Frauendorf |
3- Nunca houve um Castelo (Martha Batalha)
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A história recria a trajetória dos descendentes de Johan Edward Jansson, cônsul da Suécia no Brasil que, em 1904, construiu um castelo em Ipanema.
Ao contar a saga de uma família de imigrantes suecos que aportaram na cidade do Rio de Janeiro no início do século passado a autora chega a um período recente, misturando o romance dos casais com a história da cidade e do país. Uma saga familiar embebida em história, construída com doses de humor, ironia e sensibilidade. |
COMPANHIA DAS LETRAS, 2018 |
Indicado por Silvia Carvalho Pereira |
4- Léxico Familiar (Natalia Ginzburg)
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“Neste livro, lugares, fatos e pessoas são reais. Não inventei nada”, escreve Natalia Ginzburg sobre sua obra mais célebre, Léxico familiar, de 1963. Nos anos 1930, como consequência da criação de leis raciais na Europa, inúmeras famílias foram obrigadas a deixar seu lar, tornando-se apátridas ou sendo literalmente destroçadas pela guerra que se seguiu. É nesse cenário que se inscrevem as memórias de Ginzburg. Nelas, o vocabulário afetivo de um clã de judeus antifascistas se contrapõe a um mundo sombrio, atravessado pelo autoritarismo. Trata-se de uma história de resistência, narrada em tom menor, e, sobretudo, da gênese de uma das escritoras mais poderosas do nosso tempo. |
COMPANHIA DAS LETRAS, 2018 |
Indicado por Ana Carolina Carvalho |
5- O diário de uma vida perdida na memória (ROWAN COLEMAN)
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Conta a história de Claire, uma professora amada por todos e recentemente diagnosticada com Alzheimer precoce. Sempre que está lúcida, Claire registra passagens de sua vida em um diário dado pelo seu marido, Greg, como o nascimento de suas filhas, o dia que conheceu o marido, a morte de seu pai etc. Porém, em seus vários momentos de devaneio, a protagonista se encontra com um homem misterioso por quem se apaixona mesmo se sentindo extremamente culpada por ter um marido excepcional e uma família que a ama. É aí que acontece uma emocionante reviravolta. O diário de uma vida perdida na memória é uma obra envolvente, excepcional e doce e que foge do dramalhão. |
RECORD, 2015 |
Indicado por Denise Tonello |
6- Folhas soltas de um diário (ELENA ARKIND)
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A autora faz uma reflexão sobre a vida e divide com o leitor experiências pessoais de forma direta e sincera que vivenciou nos seus 82 anos. Elena Arkind narra sentimentos e reflexões sobre o mundo, as pessoas, a sociedade e o amor. Dividido em quatro partes o livro narra momentos singulares de sua vida. Sua reflexão e experiência ao mesmo tempo em que são contadas podem servir como ensinamentos para o leitor. |
ILUMINURAS, 2003 |
Indicado por Denise Tonello |
7- O Arroz de Palma (FRANCISCO AZEVEDO)
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Primeiro romance a tratar da imigração portuguesa para o Brasil no século XX, este livro narra a saga de uma família em busca de um futuro melhor, superando diversas dificuldades. Nos cem anos em que acompanhamos a vida desta família, irmãos brigam e fazem as pazes. Uns casam e são felizes, outros se separam. Os filhos ora preocupam, ora dão satisfação. Tudo sempre acompanhado pelo arroz jogado no casamento dos patriarcas da família, em 1908, e que serve de fio condutor a esta história. O arroz de palma é um romance delicado, que emociona e comove. Uma nostalgia por um tempo em que a família abrigava as pessoas. Um ideal que, portugueses ou não, todos herdamos. |
RECORD, 2008 |
Indicado por Heloisa Pacheco |
8- Insubmissas Lágrimas de Mulheres (Conceição Evaristo)
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Livro de contos de Conceição Evaristo, em edição comemorativa do aniversário de 70 anos da autora, revela um retrato de solidariedade e afeição feminina, por tocar no que é essencial, no que move, no que aproxima e une mulheres e, em especial, mulheres negras. Aliança e empatia entre mulhere e uma narradora que visita cidades em busca de história e de personagens que aceitam se contar, sem julgamentos prévios. E, assim, vemos transitar pelas páginas deste livro histórias de mulheres como as de Shirley Paixão, Aramides Florença e Natalina Soledad. A resignação não encontra espaço nas vivências das personagens. |
EDITORA MALÊ, 2016 |
Indicado por Lucila Silva de Almeida |
9- Homens imprudentemente poéticos (Valter Hugo Mãe)
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História ambientada no Japão, traz personagens insólitos como um artesão que luta contra seu medo, a cega que vê o mundo através das palavras, o oleiro que cultua a perda do seu amor pelo quimono da mulher amada e um sábio imaterial que vai sumindo aos poucos; uma história que nos convida a rever o tom tênue da vida e da morte. Imperdível, pois, com sua linguagem única, Valter Hugo Mãe tornou-se a grande voz da literatura portuguesa contemporânea. |
BIBLIOTECA AZUL, 2016 |
Indicado por Denise Nalini |
10- A arte de querer bem (Ruy Castro)
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No ano em que completa 70 anos, Ruy Castro, um dos maiores escritores brasileiros, reúne neste “A arte de querer bem” mais de uma centena de crônicas em que exercita o amor por sua profissão, por seus amigos, por seus ídolos, por sua cidade, pela música, pela vida.
Escritos entre 2008 e 2017, os pequenos textos que compõem este livro são crônicas que encantam e nos permitem conhecer um pouco mais da alma desse escritor multifacetado; uma homenagem à vida. |
ESTAÇÃO BRASIL, 2018 |
Indicado por Denise Nalini |
11- A balada de Cálamo (ATIQ RAHIMI)
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Nesta prosa lírica, o autor procura dar forma à experiência vertiginosa do exílio, ao mesmo tempo em que relembra sua história de vida e a autodescoberta como artista. Oscilando entre o presente em Paris e o passado errante, o livro mistura memórias a reflexões artísticas, iluminadas por caligrafias e calimorfias (letras antropoformes) do autor. Em seu autorretrato íntimo, o autor rodopia pelos temas da escrita, do desejo e da guerra, costurando-os com suratas do Alcorão e a poesia sufi, meditações embaladas pelos textos védicos, e diálogos com a arte e a literatura francesa. |
ESTAÇAO LIBERDADE, 2018 |
Indicado por Walkyria Dias |
12- Tentativas de capturar o ar (FLAVIO IZHAKI)
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Como conhecer alguém, ou mesmo a si próprio, em sua totalidade? É possível separar quem somos de fato do personagem que construímos? O livro nos apresenta uma pesquisa biográfica inacabada sobre um grande escritor, Antônio Rascal, realizada pelo jovem acadêmico Alexandre Pereira, que tenta responder à pergunta: por que Rascal não publicou nada novo em 26 anos? Para isso, conta com resenhas e uma série de entrevistas com pessoas próximas ao autor. Mas, à medida que mergulha na pesquisa, o acadêmico se debruça sobre si mesmo, deixando vazar para o projeto sua busca por si. Tentativas de capturar o ar é um livro sobre identidade e busca. |
ROCCO, 2016 |
Indicado por Walkyria Dias |
13- O erro de descartes: emoção, razão e o cérebro humano. (Antonio Damásio)
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Escrito com clareza e graça, este livro revoluciona as relações entre mente e corpo, razão e emoção, ao inverter a famosa proposição cartesiana “penso, logo existo” para “existo (e sinto), logo penso”. Para pensar bem e tomar decisões corretas é preciso manter a cabeça fria e afastar todos os sentimentos e emoções, certo? Errado. O neurologista António Damásio mostra como, na verdade, a ausência de emoção e sentimento pode destruir a racionalidade. O autor desafia os dualismos tradicionais do pensamento ocidental – mente e corpo, razão e emoção, explicações biológicas e explicações culturais – para oferecer uma visão científica e integrada do ser humano e sugerir hipóteses surpreendentes sobre o funcionamento do cérebro humano. |
COMPANHIA DAS LETRAS, 2012 |
Indicado por Damaris Maranhão |
14- A estranha ordem das coisas. (Antonio Damásio)
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Este livro abrange as ciências biológicas e sociais, oferecendo uma nova maneira de entender as origens da vida, os sentimentos e a cultura. António Damásio apresenta aqui uma pesquisa inovadora sobre a homeostase, uma coleção de fenômenos que regula a fisiologia humana por meio de mecanismos que possibilitam não apenas a nossa sobrevivência, mas também o florescer da vida.
“Os seres humanos, em sua necessidade de lidar com o coração em conflito, em seu desejo de conciliar as contradições advindas do sofrimento, do medo e da raiva com a busca do bem estar, entregaram-se a conjeturas e deslumbramentos, descobrindo, assim, como fazer música, dança, pintura e literatura. Do berço ao túmulo, esses foram alguns dos modos pelos quais a mente cultural enfrentou o drama humano”. |
COMPANHIA DAS LETRAS, 2018 |
Indicado por Damaris Maranhão |
15- Uma Breve História da Humanidade – Sapiens (Yuval Noah Harari)
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O autor repassa a história da humanidade, ou do homo sapiens, desde o surgimento da espécie durante a pré-história até o presente, mas em vez de apenas ‘inventariar’ os fatos históricos, ele os relaciona com questões do presente e os questiona de maneira surpreendente. Além disso, para cada fato ou crença que temos como certa hoje em dia, o autor apresenta as diversas interpretações existentes a partir de diferentes pontos de vista, inclusive as muito atuais, e vai além, sugerindo interpretações muitas vezes desconcertantes. |
L&PM EDITORES, 2015 |
Indicado por Ana Paula Yasbek |
16- Charlote (David Foenkinos)
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Uma mulher de setenta anos apaixonada pelo terapeuta. Um homem com uma doença em estágio terminal obcecado por sexo. Uma jovem obesa que não consegue estabelecer relações com outras pessoas. Esses são alguns dos casos relatados por Irvin D. Yalom em O carrasco do amor. São dez histórias que impressionam pela sinceridade e pela coragem com que os pacientes se dispõem a enfrentar seus problemas. Segundo Yalom, o primeiro passo para se alcançar o equilíbrio emocional é aceitar a responsabilidade que cada um tem por sua condição. Um livro indispensável para quem quer conhecer como funcionam o processo terapêutico e a fascinante mente humana. |
HARPERCOLLINS BRASIL L, 2016 |
Indicado por Ana Brentano |
17- Mentiras no divã (Irvin Yalom)
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Neste romance provocativo, Yalom disseca a complexidade das emoções humanas por meio do relacionamento de três terapeutas e seus pacientes. SeymourTrotter, ex-presidente da Associação Psiquiátrica Americana, é acusado de má conduta sexual com uma de suas pacientes; Marshal, centrado no sucesso material, é orgulhoso, cego pela cobiça, obcecado pela dolce vita; e Ernest Lash, impulsionado pelo desejo de ajudar as pessoas e pela fé inabalável na psicanálise, é o delicado elo entre eles. Em sua preocupação com os problemas da existência, inventa uma abordagem radical para suas sessões de psicoterapia: honestidade brutal entre analista e analisado. Os resultados são tão inesperados quanto perigosos. Explorando os jogos de poder e os vínculos interpessoais, Mentiras no divã é uma história tensa e eloquente, porém bem-humorada, em que dilemas de lealdade se apresentam com clareza e vigor. |
HARPERCOLLINS BRASIL L, 2016 |
Indicado por Ana Brentano |
18- As filhas sem nome (Xinran)
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“Sou uma moça do interior, por favor, seja gentil e cuide de mim.” Era assim que Três, Cinco e Seis se apresentavam na cidade grande. NAscidas em uma pequena aldeia chinesa, as filhas do camponês Li Zhongguo haviam se mudado para Nanjing em busca de oportunidades. Vencendo o ceticismo do pai, um homem desgostoso por ter apenas filhas mulheres e que, por isso, jamais lhes deu um nome verdadeiro, elas escapam ao destino de subserviência e ignorância a que estavam fadadas. NA cidade, as jovens descobrem seu lugar no mundo, mas não abandonam o afeto e o respeito pelo lugar de origem. Baseado em histórias colhidas por Xinran durante as pesquisas para seu programa de rádio, o romance aborda com delicadeza as tradições, sem deixar de lado as denúncias do medo e da ignorância herdados de uma ditadura longa e violenta. |
COMPANHIA DAS LETRAS, 2010 |
Indicado por Ana Brentano |
19- A marca humana (Philip Roth)
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Coleman Silk, professor de letras numa universidade da Nova Inglaterra, aos setenta anos se vê obrigado a pedir exoneração e a se afastar do meio acadêmico. O Motivo é uma acusação de racismo. Coleman empregou uma palavra de duplo sentido ao se referir a alunos que não compareciam às aulas. Ignorava serem negros, pois nunca os tinha visto, e portanto não atinou que suas palavras poderiam ser tomadas como ofensa. Virá em seguida uma acusação de abuso sexual contra uma faxineira que trabalha no campus. A Ideologia do politicamente correto tomou o poder na universidade e disparou sua artilharia contra o velho professor judeu, que agora, como no passado, se recusa a sujeitar-se aos padrões dominantes. Execrado publicamente, Coleman trava contra a faculdade uma batalha humilhante. O ambiente carregado de ódio recrudesce quando o ex-marido da faxineira, um veterano da Guerra do Vietnã mentalmente perturbado, cruza seu caminho. |
COMPANHIA DE BOLSO |
Indicado por Maria Paula Twiaschor |
20- O espetáculo mais triste da terra: o incêndio do Gran Circo Norte Americano
(Mauro Ventura)
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No dia 17 de dezembro de 1961 acontecia, em Niterói, a maior tragédia circense da história e o pior incêndio com vítimas do Brasil. Mais de 3 mil espectadores, a maioria crianças, lotavam a matinê do Gran Circo Norte-Americano, anunciado como o mais famoso da América Latina. Cinquenta anos depois, o jornalista Mauro Ventura reconstitui o episódio em O espetáculo mais triste da terra. O autor entrevistou 150 pessoas, entre testemunhas e sobreviventes. Curto-circuito ou crime? Era a pergunta que todos se faziam. A polícia logo descobriu um suspeito, mas até que ponto ele era o verdadeiro culpado ou o bode expiatório ideal para dar satisfações rápidas à sociedade e encobrir possíveis falhas das autoridades e do dono do circo? |
COMPANHIA DAS LETRAS, 2011 |
Indicado por Edi Fonseca |
21- O barão nas árvores (Italo Calvino)
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Este divertido romance de Ítalo Calvino narra a história de Cosme Chuvasco de Rondó – o filho primogênito do barão de Rondó que, em 15 de junho de 1767 revolta-se contra seus pais e sobe às árvores, para de lá nunca mais descer. Entre carvalhos, olmos, azinheiras, oliveiras e tantas outras árvores, este simples ato de rebeldia infantil transforma-se num modo de vida e de ser – não subira para estar mais próximo do céu, mas, ao contrário, porque “aquele que pretende observar bem a terra deve manter a necessária distância”. O Sublime ato de rebeldia do barão inaugura um novo mundo para o protagonista e para o leitor, que, levado pelos movimentos ágeis da escrita de Calvino, atravessa galhos, espinhos, ramos, frutos, com o mesmo ardor e facilidade de Cosme Chuvasco de Rondó. E O mundo que nos revela é um universo de ideias e experiências perpassando por um humor fino e sofisticado. Prêmio Jabuti 1993 de Melhor Produção Editorial de Obra em Coleção. |
COMPANHIA DE BOLSO, 2009 |
Indicado por Cinthia Manzano |
22- Armas, germes e aço (JARED M. DIAMOND)
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O autor procura demonstrar, por meio de uma intrigante revisão da evolução dos povos, que o destino dos europeus, nativos americanos, africanos, asiáticos e australianos foi moldado por fatores geográficos e ambientais, e não por questões étnicas ou particularidades referentes à inteligência e aptidões de cada um dos grupos. Através de uma viagem ao longo de 13 mil anos de história dos continentes, Jared Diamond conclui que a dominação de uma população sobre outra tem fundamentos militares (armas), tecnológicos (aço) ou nas doenças (germes), que dizimaram sociedades de caçadores e coletores, assegurando conquistas, proporcionando a expansão dos domínios de determinados povos e, consequentemente, conferindo-lhes grande poder político e econômico. |
RECORD, 2017 |
Indicado por Damaris Maranhão |