Quando as crianças terminam seus trabalhos, não precisam esperar as demais; sempre há alguns espaços organizados com os livros que eu apresento a elas. Peço que escolham o livro que querem ler e dividam com os amigos. Assim que todas acabam, escolho algumas para contar sua história na roda: Bruxa, Bruxa,Venha à Minha Festa, O Caso do Bolinho, entre outros. Eu ajudo as crianças no que for necessário.
O que é interessante neste trabalho, e muito importante que aconteça, é que as próprias crianças se ajudem lembrando dos trechos mais difíceis, ajudando a contar e assim por diante. Na creche Despertar, por exemplo, as crianças utilizam estratégias diferentes. Todas se apóiam nas ilustrações dos livros. Agora, aprendem a antecipar, por exemplo, virando a página um pouquinho, para saber o que vem depois.
Num dia, as crianças que ouviam pediram para contar mais alto. Aproveitei a colocação para conversar sobre a altura da voz que devemos ter quando vamos contar uma história para outras pessoas, num grupo grande, bem diferente de quando estão em subgrupos, um pertinho do outro. Essa é uma aprendizagem importante, pois uma das intenções que tenho com o projeto dessa creche é que as crianças aprendam a recontar para um público.
Acabada a contação, as crianças discutem se gostariam de levar os livros para casa para contarem para os pais, irmãos, tios, avós etc. A empolgação é grande, e cada criança escolhe para quem vai contar a história.
No início havia a desconfiança das educadoras que isso não daria certo. Os livros poderiam voltar sujos, rasgados etc. Mas como não poderíamos privar os pequenos dessa oportunidade começamos também um trabalho junto às famílias. Pedi às educadoras que conversassem com as mães sobre o cuidado com os livros e do quanto era importante para seus filhos levarem as histórias para compartilhar em casa.
Com as crianças escrevemos bilhetes para colocar nos livros. O texto, feito coletivamente, dizia que elas cuidariam para não rasgá-los, rabiscá-los ou esquecê-los em casa. Também combinamos que o livro não poderia ser emprestado para outras pessoas: tinha que ir da creche para casa e de casa para a creche.
(Karina Rizek, professora da escola Bacuri e formadora do Instituto Avisa lá)
Mano Descobre O @mor
O que acontece quando dois pré-adolescentes se encontram em um site de chat num sábado à noite tedioso? Bem, isso tem sido freqüente com os jovens de hoje. Mas o que ocorre quando os dois começam a detalhar suas vidas um para o outro? Há uma partilha de emoções, segredos e medos que, querendo ou não, estão profundamente presentes na vida dos jovens. No desenrolar da história, o protagonista, Mano, descobre o mundo dos amigos virtuais, dos amigos indesejáveis e do amor. O que fazer em cada situação?
O que fazer frente à possibilidade de conhecer seus amigos virtuais
pessoalmente? O que fazer quando seus amigos indesejáveis se tornam um completo pé no saco? O que fazer frente ao amor de uma garota mais velha?
Utilizando uma linguagem divertida e descontraída, Heloísa Prieto e
Gilberto Dimenstein conseguem prender a atenção do leitor com fatos presentes na vida corriqueira, mas de alguma forma alterando-os para a conversa virtual. Por meio de conversas virtuais (fictícias?), “as necessidades de compreender um ao outro, de ter responsabilidade pelos atos e preservar princípios são reveladas”, fazendo com que o leitor se identifique com a(s) personagem(ns) enquanto viaja por doses de suspense e humor. A linguagem coloquial,porém não agressiva, prende a atenção, fazendo com que o leitor vá até o fim antes mesmo de perceber que havia começado. O livro é indicado para quem está justamente nessa fase de descoberta de emoções e também para os que utilizam a Internet, particularmente as salas de bate-papo, por diversão. Um excelente livro que não pode faltar em sua biblioteca.
(Danilo Dias)
O pequeno príncipe
Gabriela e Lana, 3 anos, freqüentam a creche do Cei Gera-Ação Extra, Rio de Janeiro, RJ, são leitoras, em especial, de contos de fadas e histórias de príncipes e princesas.
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Ficha técnica
A roda de leitura e reconto de histórias fazem parte do projeto da professora de apoio Karina Rizek, compartilhado com as educadoras Sonia Marques e Simone Martins, da creche Nossa Senhora Aparecida, e Onorita Pereira e Célia Maria de Pascoal, da creche Despertar. Ana B. G. Brentano é formadora da instituição.
- Creche Nossa Sra. Aparecida – Centro Comunitário Jd. Autódromo. Rua Nossa Sra. Aparecida, 01, Jd. Autódromo, 0477001, São Paulo, SP. Tel.: (11) 5667-6736
- Creche Despertar – Associação Comunitária Despertar. Rua Francisco José Costa, 70, Pedreira, 04474-290, São Paulo, SP. Tel.: (11) 5560-0536