Educação para o cuidado de si e do outro

Educação para o cuidado de si e do outro: o que o professor e as crianças sabem
sobre a importância de se manter imunizado?

Damaris Gomes Maranhão[1]

Os professores e gestores de instituições educacionais têm um importante papel na construção de conhecimentos sobre o cuidado de si, do outro e do ambiente, desde a educação infantil, continuando no ensino fundamental, médio e superior.

Entre outros conhecimentos fundamentais sobre como promover a qualidade de vida e bem-estar é necessário construir uma parceria com os familiares das crianças e adolescentes para todos mantenham sua imunidade de acordo com o calendário nacional de imunização, disponível para toda a população.  Os professores e gestores também precisam conhecer o calendário nacional de imunização, sempre atualizado pelo governo quando introduz novos imunizantes no Sistema Único de Saúde. Este calendário está disponível para consulta no link https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/calendario

A Caderneta da Criança[2] é um valioso documento que contém dados sobre o  nascimento, crescimento e desenvolvimento de cada criança e o calendário de  imunização; um portador de texto informativo para que todos os cidadãos aprendam a ler e reconhecer sua importância na prevenção de doenças transmissíveis na comunidade, sobretudo em ambientes de convivência coletiva.  As vacinas previstas no calendário nacional são um direito de toda criança e adolescente e um dever da família.

A interação diária em ambiente coletivo como a escola pode disseminar doenças transmissíveis causadas por vírus, bactérias, fungos e parasitas que, dependendo das características, podem contagiar outras pessoas, pelo contato pessoa-pessoa ou pelo contato com superfícies, água ou alimentos contaminados. Quando ocorrem dois ou mais casos da mesma doença no período de uma semana é preciso investigar a possível fonte para evitar a disseminação de um surto na escola e desta para as diversas famílias, seja dos profissionais como dos alunos.  O inverso também pode ocorrer, um surto na comunidade onde reside uma família de aluno ou de profissionais da educação, poderá chegar até a escola e se disseminar por meio da interação das crianças, adolescentes e adultos, conforme as características de cada agente microbiano.

Assim, a escola, por meio de uma ação planejada e organizada pelos gestores e professores, pode analisar os dados sobre a situação de imunização de todas as crianças e trabalhadores da escola, orientando os familiares e funcionários para manterem suas cadernetas de vacinas atualizadas. Os serviços de saúde, por meio de parcerias, podem ajudar os profissionais de educação diante de eventuais dúvidas sobre qual o melhor método para registrar e analisar estes dados, lembrando que, quanto mais nova, a criança deve ser imunizada com maior frequência.

As crianças do ensino fundamental também podem aprender a ler o calendário de imunização, o que contribuirá para o conhecimento das ciências da biologia, matemática e língua portuguesa.

No caso de surtos (dois casos ou mais da mesma doença no mesmo grupo, na mesma semana) o gestor deve notificar imediatamente a Unidade Básica de Saúde da região que será a responsável pela investigação dos eventuais riscos de disseminação da doença. Nestes casos, poderá ser programada uma imunização coletiva no ambiente escolar, que requer notificação de todos os familiares, assim como o preparo das crianças e adolescentes para o procedimento. Todos nós, em maior ou menor grau, às vezes tememos a picada da agulha, necessária para injetar o imunizante, mas podemos ensinar às crianças estratégias para diminuir a ansiedade, o medo e a dor. Uma das estratégias é manter o músculo, onde será injetado o imunizante, relaxado. A respiração alternada, ensinada na yoga, é uma técnica que relaxa a musculatura, mas no caso das crianças menores de seis anos podemos fornecer uma “língua de sogra” ou um canudo para soprarem enquanto o profissional de enfermagem aplica o imunizante.

Há casos bem-sucedidos de planejamento de brincadeiras com as crianças, tais como: vacinar as bonecas e outras construções imaginárias que o professor poderá planejar com elas.

A seguir disponibilizamos o link para acesso à entrevista da autora deste texto Imunização em discussão, realizada em 2017, no canal da televisão da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Maranhão D. G. Imunização em Discussão. TV ALESP https://www.youtube.com/watch?v=IBxk–ijd8U&t=151s

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[1] Damaris Gomes Maranhão –  enfermeira, Dra. em Ciências da Saúde, consultora do Avisa Lá e colaboradora do MEC nos RCNEI, DCNEI e BNCCEI.

[2] Para os maiores de 12 anos há a Caderneta do Adolescente

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