Brincadeiras tradicionais que utilizam o ar possibilitam que as crianças se divirtam e exercitem o pensamento sobre fatos e fenômenos observados
Brincar com o ar. O que parece tão simples e elementar aos adultos é fonte de grande interesse e de prazer para as crianças. Também é contexto para as inúmeras brincadeiras e descobertas que elas fazem autonomamente, à medida que são convidadas a experimentar e a brincar com esse elemento da natureza.
Nossa sociedade mudou e as brincadeiras também mudaram. Os avanços tecnológicos trouxeram novas maneiras e possibilidades. Apesar disso, as crianças continuam a demonstrar grande interesse em explorar passatempos simples, que envolvem componentes da natureza tão presentes na vida, como o ar. Sentir sua força, observar o movimento produzido, experimentar, investigar meios de brincar com o invisível e o impalpável se apresentam como algo encantador para elas desde a mais tenra idade. O ar as deixa curiosas, talvez por ser invisível e sempre presente, não encontrado pelos sentidos de modo direto, a menos que ele afete o concreto. Os pequenos costumam se portar como sagazes observadores da natureza. Inquietam-se perante coisas simples que se apresentam como novidade. Buscam explicações, constroem interpretações apreendidas em sua interação cotidiana com diferentes parceiros.(comentário de Luciana Hubner1)
Em 2009, as educadoras do CEI Lar Criança Feliz, da Instituição Promove, participaram de um processo intenso de formação sobre o brincar. Parte significativa desses estudos foi o resgate de suas memórias de infância. Entre tantos jeitos diferentes de brincar, alguns foram recordados com muito carinho, como a pipa voando no céu, as bolhas de sabão estourando com o toque das mãos, a corrida para sentir o vento no rosto… Longas e deliciosas conversas geraram impacto no grupo, que logo se deu conta de que as crianças do CEI não desfrutavam desses mesmos prazeres porque são de uma época em que a rua, lugar onde elas viveram todas essas experiências, deixou de ser lugar dos pequenos. Mas “se eles não podem ir até a rua, é possível trazê-la até eles?”. Com essa provocação da formadora, as educadoras tomaram para si o desafio de encontrar meios de resgatar esse direito dentro do CEI. Para organizar melhor a proposta, elas elaboraram sequências didáticas com o brincar, apoiadas na pesquisa e na leitura de documentos de referência.
A busca de referências
Foi nesse contexto que as responsáveis pelos minigrupos A e B (crianças de 2 e 3 anos), Cleide e Luciene, conheceram a sequência didática Brinquedos Voadores, elaborada pela equipe do CEI Ame/Amuno, a partir da tematização de um vídeo do trabalho realizado no CEI Cidade de Genebra e se apaixonaram pela proposta. No quadro a seguir, confira um trecho da tese Movimento e educação infantil: um projeto de formação em contexto, da professora Isabel Porto Filgueiras2, que inspirou a elaboração do trabalho descrito neste artigo:
Movimento e Educação Infantil
No CEI Cidade de Genebra3, as professoras Cleonice e Iraci, do minigrupo (crianças de 3 anos), também realizaram um projeto com brinquedos voadores. O trabalho surgiu ao longo do projeto de formação do grupo de pesquisa Contextos Integrados na Educação Infantil, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. A formadora Isabel Porto Filgueiras trabalhou com as professoras durante todo o projeto. No início do ano, Cleonice e Iraci observaram o interesse de suas turmas pelas pipas que voavam no céu da comunidade. A partir daí, propuseram a experimentação de diferentes objetos voadores, como pipa, capucheta, pipa de saquinho plástico, avião de papel, paraquedas, freesbee, bexiga voadora, hélice voadora, bolinhas de sabão e cata-ventos. As professoras e a formadora também observaram o interesse das crianças pela estética dos brinquedos. Os pequenos testaram suas hipóteses sobre a influência do vento e da altura em que deviam manter os brinquedos no ar. O projeto proporcionou novas experiências corporais, muitas descobertas sobre as propriedades físicas dos objetos, a observação das relações entre o vento e o efeito de cada brinquedo e o conhecimento dos ajustes corporais necessários para fazer cada brinquedo funcionar. O trabalho das professoras Iraci e Cleonice ilustra como atividades bem planejadas em sequências podem ampliar os conhecimentos e as experiências das crianças com elementos que já fazem parte da cultura da comunidade. (Por Isabel Porto Filgueiras)
Com a leitura do documento elaborado por Isabel Porto Filgueiras, foi possível perceber com mais clareza os objetivos do trabalho desenvolvido e propiciar às crianças uma experiência muito divertida e, ao mesmo tempo, rica, pois, além de auxiliar no desenvolvimento de competências motoras, elas teriam a oportunidade de trabalhar em grupo nos momentos de elaboração dos brinquedos, trocando experiências e ajudando umas às outras.
Os espaços de convivência social, onde a criança se relaciona com adultos e com seus pares, criam oportunidades para ela elaborar a relação entre diferentes aspectos da natureza e da cultura. Selecionar e organizar contextos de investigação a partir de situações simples, muitas delas presentes no cotidiano dos pequenos, aumenta a oportunidade de exercitar o olhar e pensar sobre fatos e fenômenos científicos observados, amplia a conversação, a argumentação e a compreensão dentro das possibilidades da faixa etária, além de aumentar a aproximação e a compreensão dos temas de Ciências. (comentário de Luciana Hubner)
O próximo passo das educadoras foi elaborar um documento próprio, adequando os objetivos à faixa etária com que trabalhavam, agregando novas ideias de proposições e encaminhamentos. Assim nasceu a sequência didática Brincando com o Vento. Além de considerar o valor das brincadeiras e a alegria que certamente trariam ao grupo, foram ponderadas também outras aprendizagens que esse tipo de proposta favoreceria. “O que queríamos, ao propor o trabalho, era, principalmente, que os pequenos brincassem e se divertissem, mas que, além disso, pudessem ampliar suas possibilidades de movimento corporal e de percepção do espaço físico de maneira lúdica”, explica Luciene. “Os brinquedos voadores servem como um ótimo recurso para provocar essas interações.”
Organizar ações de investigação com brinquedos e brincadeiras que envolvem um conteúdo específico, determinado e conhecido pelo professor, como, por exemplo, o ar, cria condições propícias à elaboração de ideias, transformando em conhecimento as curiosidades das crianças sobre a presença e a função desse elemento da natureza. O contato com instrumentos que evidenciam a presença do ar, o movimento de objetos produzidos por ele, a sensação e o pensamento na produção do vento desafiam os pequenos a pensar sobre o que observam, além de favorecer o desenvolvimento da capacidade de observar regularidades e permanências. Essas brincadeiras e esses brinquedos oferecem oportunidades de realização de atividades coletivas livres, além de produzir efeitos positivos para o processo de aprendizagem e aproximações a conceitos importantes como os de transformação e causalidade. No intuito de apreender o contexto em que estão inseridas, as crianças buscam estabelecer relações do que já conhecem com os fragmentos de conhecimento que ainda não possuem. Dessa maneira, vão construindo observações e teorias que, por mais elementares que sejam, supõem muito mais que um simples registro perceptivo. (comentário de Luciana Hubner)
Corpo e mente em ação
Nessa fase da vida, em que o repertório oral infantil ainda é relativamente pequeno, a comunicação e a interação com o mundo e com os outros se dão, principalmente, por meio da linguagem corporal. O corpo é uma ferramenta, uma porta para muitas descobertas que as crianças fazem à medida que se veem diante de novos desafios. Pode-se dizer que, para elas, é um grande desafio correr coordenando a direção do corpo e ao mesmo tempo querendo observar os movimentos do brinquedo que segura nas mãos, como a pipa ou a capucheta. Da mesma maneira, lançar um aviãozinho de papel não é tão simples assim. Se quisermos que ele plaine tempo suficiente para que possamos observá-lo voando, isso requer aprender a movimentar o braço de determinado modo e a soltar o avião no momento certo, coisas que as crianças só irão aprender se tiverem oportunidade de brincar muitas vezes com esse tipo de brinquedo. Para ficar mais tempo no ar, por exemplo, as crianças tiveram a ideia de subir em cadeiras e mesas, já que eram pequenas e os aviõezinhos logo caiam no chão. As soluções por eles criadas e a imitação estendiam o tempo da brincadeira e da diversão.
Brinquedos simples, confeccionados pelo professor e, preferencialmente, à vista das crianças, como aviõezinhos, capuchetas, cachimbos de ar, balões de látex, paraquedas plástico etc., motivam, desafiam, despertam o interesse e geram discussões muito ricas entre o público infantil. Resolver um problema intrigante apresentado pelo adulto, como manter plainando por mais tempo um aviãozinho, fazê-lo percorrer uma distância maior, aumentar ou diminuir o tamanho de um balão de látex ou, ainda, produzir mais vento com um leque confeccionado de papel, ultrapassa a simples manipulação de materiais. Dedicar um tempo especial para que as crianças observem, proponham mudanças, manipulem o material, contem o que fizeram, antecipem acontecimentos e busquem explicações cria condições para que elas, mesmo muito pequenas, possam ir além da ação contemplativa e se encaminhem para a reflexão e a busca de explicação, relacionando objetos e acontecimentos. (comentário de Luciana Hubner)
Novas experiências
As propostas começavam sempre pela apresentação do brinquedo na roda. As crianças se envolveram tanto que, sempre que as educadoras mostravam um novo, elas diziam: “É um brinquedo voador!”. “Foi gratificante vê-las tão animadas. Muitas já conheciam alguns dos objetos apresentados, mas foi muito mais rico para o aprendizado delas participar das oficinas de construção com materiais tão simples, com coisas que qualquer criança tem em casa”, conta Luciene. Quando foi apresentada a capucheta, feita com sacola de mercado, os pequenos ficaram encantados. Gabriel comentou: “É uma sacola de pipa!”. “Depois disso, não podiam ver uma sacolinha, que já estavam pedindo ajuda para amarrar, para transformá-la em brinquedo”, narra a professora.
De que é capaz um saco com ar? Qual a explicação para que crianças tão pequenas focalizem com tamanha intensidade uma experiência simples como fazer uma sacolinha voar? Por que elas querem saber os motivos e a interação com o ambiente? Pela interação com ele, caracteriza-se a ação natural das crianças, que, desde muito pequenas, já possuem os reflexos e as capacidades perceptivas que, pouco a pouco, se associam, formando recursos para a coleta de informações. Existindo o encorajamento das explorações e da curiosidade infantil, a busca de sentido e o conhecimento sobre o mundo se desenvolvem. Qualquer espaço, sala ou parque com cenário organizado pode se transformar em um espaço de investigação onde a curiosidade e o conhecimento que os pequenos já têm são alicerces para a construção de ideias, comparações e significações. Nesses ambientes, podem ser criadas situações e propostos os meios de aproximar as crianças dos saberes científicos de maneira que possam aprender pela observação, pelo questionamento permanente e pela experimentação. É como ultrapassar a manipulação ou a contemplação. (comentário de Luciana Hubner)
As brincadeiras propostas na sequência também possibilitaram muitas descobertas interessantes. “Quando brincávamos com o cata-vento, tive a ideia de colocar um pequeno ventilador para que as crianças pudessem observar o brinquedo girando com mais rapidez”, narra Cleide. “Elas adoraram.”
As crianças constroem, com certa facilidade, a ideia de ar em movimento. O vento é ar em movimento. O cata-vento é um dos objetos que possibilita explorar a situação em que o ar em movimento produz ação em um objeto. Muitos aspectos podem ser observados a partir de brincadeiras tão simples como essa. Por exemplo, o ar em movimento empurra as coisas, a relação entre força que se assopra ou movimenta o cata-vento e o movimento do objeto. Apresentar aos pequenos situações-problema, como “O que fazer para o cata-vento girar mais rápido?”, “O que fazer para ele girar bem devagarinho?”, “Como irá o catavento se comportar se o segurarmos na mão e sairmos correndo pela sala?” e “O que fazer?” (comentário de Luciana Hubner)
Em outra ocasião, quando a professora e as crianças brincavam de produzir bolhas de sabão soprando e movimentando os braços ao mesmo tempo, uma delas pediu que Cleide ligasse o ventilador. “Achei maravilhoso observar que elas podem fazer esse tipo de relação, de perceber que um elemento (o vento) que causou efeito sobre um objeto também poderia causar sobre outros”, reconhece.
Crianças de 2 e 3 anos possuem muita energia para investir em atividades como essa. Elas desejam saber o que conseguem realizar, anseiam por novas experiências e informações sobre o mundo. Uma das melhores maneiras de auxiliá-las a conhecerem o mundo a seu alcance é organizar materiais de modo que possam explorar, questionar, raciocinar e descobrir respostas por meio da própria atividade física e mental. (comentário de Luciana Hubner)
Uma boa contaminação
O resultado foi ótimo. Os pequenos ficaram entusiasmados com a quantidade de bolhas produzidas. Alguém deu a sugestão de caçá-las usando um copo descartável e aí, sim, elas fizeram mesmo a festa. “Foi muito divertido”, recorda Cleide. As experiências desses grupos foram tão intensas que acabaram contagiando todo o CEI. As crianças de outras turmas começaram a pedir para brincar junto e a pedir os brinquedos emprestados. Desse movimento, surgiu a ideia de produzir uma caixa de brinquedos voadores, que ficaria à disposição de todos na hora em que fossem para o parque. As próprias crianças cuidaram de confeccionar a caixa e guardar os brinquedos.
Crianças pequenas raramente trabalham sozinhas em um local de experiência e experimentações, ainda que partilhar brinquedos possa ser uma atividade um tanto difícil para elas. Dessa maneira, socializar informações e conhecimentos é um dos meios de divulgação científica. A troca, a interação com pares de conhecimentos e idades diferentes sempre se mostra como uma situação bastante interessante. O mesmo brinquedo pode servir de fonte diferente de exploração e conhecimento. (comentário de Luciana Hubner)
Para a entrega oficial desse presente, as crianças convidaram outros grupos para ensinar as brincadeiras. “Esse trabalho foi muito prazeroso para mim, pois mudei meu olhar e a maneira de pensar sobre como as crianças interagem com o mundo que as rodeia. Pude observar o quanto são capazes de inventar e descobrir novos modos de brincar”, confessa Luciene. “Compreendi que planejar as atividades com antecedência e pesquisar o assunto são ações fundamentais e aprendi que, com objetos simples, podemos elaborar ótimos trabalhos”. Não era raro estar em atividade no parque e Luciene perceber as crianças olhando para o céu e comentando sobre os aviões, os pássaros, reparando na intensidade do vento, se estava forte ou mais fraquinho, sempre se lembrando dos brinquedos. “Eu ficava encantada com essas observações.”
A professora Cleide afirma que quando elaborou a sequência e começou a trabalhá-la com sua turma, percebeu algo que antes não era possível. Tratava-se da continuidade no trabalho. “Antes, achava que não podíamos repetir atividades e, assim, a cada dois meses, era um projeto diferente. Da maneira como passamos a trabalhar a sequência, qualquer pessoa que entrasse na sala percebia o que estava se passando ali com o grupo”, conta. “Constatei que podíamos, sim, repetir algumas atividades, fazendo nelas pequenas alterações, dando outros exemplos para que as crianças se apropriassem do jeito de brincar com cada brinquedo, ouvindo os comentários delas e trazendo novas informações a partir dos conhecimentos adquiridos.” No fim do projeto, ela pôde observar os frutos do trabalho desenvolvido: o interesse das crianças e o próprio desenvolvimento ao longo do processo. “Atualmente, não consigo trabalhar sem planejamento.”
Esse processo marcou um momento novo no CEI. Ele trouxe a constatação de que é possível garantir nesse espaço o direito à brincadeira de qualidade e acabou com a antiga ideia de que qualidade está vinculada à aquisição de brinquedos prontos. Além de interferir diretamente na atuação das professoras com as crianças, melhorando a qualidade de seus encaminhamentos e intervenções, a formação possibilitou a construção de outros conhecimentos relacionados à organização do tempo didático, ao planejamento e ao olhar do professor.
(Cleide Helena Alves Lima, professora e Luciene Alves da Costa, coordenadora pedagógica, ambas do CEI Lar Criança Feliz, e Emilian Cunha é formadora do Instituto Avisa Lá e professora de Educação Infantil da Escola da Vila, todas em São Paulo-SP)
1Luciana Hubner é especialista em Ciências, consultora do Instituto Avisa Lá e Gerente de Formação de Projetos Educacionais da Sangari Brasil, em São Paulo (SP).
2Isabel Porto Filgueiras é formadora do Instituto Avisa Lá e professora de Educação Física na Faculdade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo (SP). 3CEI Cidade de Genebra, R. Cachoeira Poraquê, 100, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3781-1290.
Ficha técnica
Projeto ou Programa: Brincar de quê?
Formadora: Emilian Cunha (Dami)
Responsabilidade Técnica: Instituto Avisa Lá
Desenvolvimento: Promove Inclusão Social
Site: www.promove.org.br
CEI Lar Criança Feliz – Endereço: Rua Paulino Guimarães, 279, Ponte Pequena – São Paulo – SP – CEP: 01109-020 – Tel.: (11) 3229-3109 – Email: creche@promove.org.br
Diretora: Rogenia Cruz Mavcedo Darruiche
Coordenadora: Claudia Regina Unterkircher
Professoras participantes: Cleide Helena Alves Lima e Luciene Alves da Costa – E-mails: clealves@ig.com.br e lucienealves.c@hotmail.com
Para saber mais
Livros
- Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil, de Renata Meirelles. Ed. Terceiro Nome, Tel.: (11) 3816 0333. Site: www.terceironome.com.br/html/index.htm.
- Movimentar-se é preciso, de Isabel Porto Filgueiras Revista do Instituto Avisa lá: formação de educadores, São Paulo, p. 16 – 21, 11 nov. 2005.
- A criança e o movimento: questões para pensar a prática pedagógica na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, de Isabel Porto Filgueiras Revista do Instituto Avisa lá: formação de educadores, São Paulo, p. 11 – 19, 01 jul. 2002.
- Brincadeiras e Jogos no Parque, de Isabel Porto Filgueiras e Adriana Freyberber, Revista do Instituo Avisa lá: formação de educadores, São Paulo, p. 16 – 21, 05 jan. 2001.
Sites
- www.mapadobrincar.com.br
- http://revistaescola.abril.com.br/educação-infantil/4-a-6-anos/novos- res-aprender-vento-ar-pipa-cata-vento-528821.shtml
- http://chc.cienciahoje.uol.com.br//noticias/fisica-e-quimica /experiencia-o-ar-existe?
- http://chc.cienciahoje.uol.com.br//revista/revista-chc-2005/ 157/bolhas-de-sabao-gigantes?